terça-feira, 29 de setembro de 2009



Que insônia maldita, eu estava dormindo tão docemente (...)
Cá estou, na Net e sem nada para fazer.

Como eu queria ser bom em tomar decisões!

Minha Nada Mole Vida!

Aqui estou. Peguei uma gripe lascada, daquelas que nos derrubam; seguida de uma infecção na garganta e a minha primeira suposta Herpes. Vendo esta pequena bolha no meu lábio inferior, é que a ficha de fato está caindo. Se isso está acontecendo, surgimento de Herpes, é porque a coisa já começou! Será que daqui em diante entrei numa contagem regressiva?
Eu estava tão bem, tão desencanado dessas coisas de HIV, mas aí vem e aparece esta coisa e me deixa assim. O que tenho a fazer é aguardar para ver no que vai dar e torcer para que tudo dê certo.

No meu último post eu havia comentado sobre o meu amigo e bla bla bla (...), pois bem, aquele clima que havia entre nós há uns meses atrás, voltou; ou meio que voltou. Eu estou me segurando ao máximo e chego até mesmo a ser meio frio, é que sei lá, não me sinto seguro sabe? Não por ele ser negativo, pelo contrário, o fato dele me aceitar como sou é o máximo, é lindo! Mas eu tenho medo de ser apenas uma fase de carência dele, e eu já sofri tanto no amor, estou sofrendo com este diagnóstico (...) quero evitar mais sofrimentos, acho que já chega! Tantas coisas eu ainda terei que enfrentar que não preciso de mais uma dor de cabeça. Mas ao mesmo tempo é tão difícil não se apaixonar por ele. Estou com medo e confuso, até mesmo porque ele não deixa muito claro quais são as reais intenções dele.

- O identificarei aqui como Felipe (gosto deste nome) –

Ele diz para deixar rolar e ver no que dá. Mas neste deixar rolar eu posso me apaixonar e me dar mal, enquanto ele pode sei lá...Suprir a carência dele, encontrar uma outra pessoa e ou até mesmo voltar para o ex dele. Não estou pensando em casamento, nada do tipo! Só não quero sofrer mais. Mas independente de qualquer coisa, eu o adoro. Acima de tudo, ele é um grande amigo.
O que vai acontecer daqui pra frente, só o tempo dirá!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

QUE DIA!


Cada vez menos eu tenho perspectivas sobre algumas coisas.
Saco cheio de tudo, sabe? Vida profissional uma droga, vida amorosa uma overdose de bosta (...) Tudo o que eu queria era ser "bacana"; nem estimo ser "feliz", o "bacana" já me contenta.

Domingo eu tive uma madrugada maravilhosa, seguida de uma manhã explêndida; mas infelizmente os bons momentos não duram para sempre e precisamos levantar para encarar a nossa realidade. Acabei de assistir Entre Lençois, e foi mais ou menos aquilo o que me aconteceu.

Domingo eu saí do meu ensaio e fui dar som numa peça em cartaz na Rua da Consolação. Saí de lá na cia. do meu amigo, que faz teatro comigo; e fomos para o apartamento dele. Nos trocamos, tomamos banhos e fomos ao encontro de uma amiga que também faz teatro com a gente. A encontramos no Jabaquara, onde os dois moram. De lá fomo a inauguração da nova GAMBIARRA (balada maravilhosa que eu amo).

Chegando lá já foi aquela coisa, gente bonita para todos os lados.
Não fui com a intensão de beijar ninguém, nem nada disso. Fui apenas para curtir.
O fato é que durante a balada eu passei a trocar olhares com um carinha tudo de bom, daqueles principezinhos, entende?
Eu sou tímido, não fui conversar com ele e vice versa. De repente ele desaparece da balada. Fiquei na boa, curtinda o meu som. Horas depois, quando eu menos espero ele me aborda, e papo vai, papo vem - NOS BEIJAMOS.

NOOOOOSSAAAAAA

Eu já nem lembrava mais como era flertar com alguém!
3 anos e meio de relacionamento, nos faz ficar meio "tchongo".
Eu já havia me esquecido daquela sensação do novo, do desconhecido.
De um lábio diferente, uma pele diferente, um cheiro diferente (...);
Foi naquele momento em que eu percebi, o quão mágico é um beijo!

Ele tinha uma pegada carinhosa, um jeito de mover seus lábios sobre os meus e de brincar com minha língua (...) de um modo inexplicável. Ele foi hiper romântico e carinhoso comigo. Do tipo que abre a porta do carro.

Eu precisava viver aquilo. Eu precisava sentir aquilo.
Me senti vivo novamente.

Não fiquei dando importância para o fato de eu ser HIV Positivo.
Não queria sexo! O que eu queria era me sentir vivo, quisto, acolhido!
Queria que me olhassem sem piedade; que me abrassassem sem pena; que me beijassem sem pensar no que eu carrego no sangue.

Ele me deu vida!
Me deu luz!
Energia!
Saúde!
Amor (...)

Foi uma noite de Cinderela!

A manhã chegou e tudo se esvaiu. Cada um seguiu o seu rumo.
Fui para a casa do meu amigo, que no passado já havia rolado uma certa química mas ficou apenas nos olhares e papos bacanas no msn.

Dormimos.
Quando eu acordei, ele estava dormindo abraçado a mim.
Eu o beijei.
E tivemos um momento mágico!
Foi maravilhoso tudo o que vivemos (...) Cada segundo, cada instante!

E sabe porque foi maravilhoso?
Porque ele me teve, me quis e me desejou sem nenhum medo.

ELE SABE QUE SOU POSITIVO.

Isso me deu ainda mais vida para encarar a vida e perceber que ainda posso ser feliz.

Mas infelizmente os sonhos acabam quando acordamos.
E cá estou: acordado de volta na minha cidade, neste apartamento, sozinho e completamente solitário!

Minha válvula de escape?
BLOG, ORKUT E MSN!

Isso não é vida (...)

E aí aquela vida se dissipa, e tudo volta como era antes.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

sexta-feira, 11 de setembro de 2009


São tantas coisas a desabafar, a entender, a buscar por uma resposta.

Já não sei mais o que devo fazer, como devo agir, que atitude tomar mesmo sabendo qual seria a mais cabível.


Meu relacionamento está uma MERDA, meu "esposo" fez o teste de HIV e para a nossa surpresa, deu negativo. Eu deveria estar feliz por isso, mas confesso que eu não estou. E aí eu parei para me questionar: porque não estou feliz com tal diagnóstico? Foi então que eu comecei a colocar em prova este meu amor. Será que eu o amo de verdade? Será que a minha decepção na sorologia negativa dele foi algo como um "aborto", para quem muito quiz dar o golpe da barriga? Será que eu o amo muito mais do que a mim mesmo? Eu o acuso de estar comigo por conveniência, mas será que quem está por conveniência sou eu e não ele?


Começarei do início.


Desde o meu diagnóstico até o resultado do exame dele, foram em torno de 35 dias de angustia. Na manhã do dia 19 de agosto de 2009, recebo um torpedo às 7h30 da manhã, com os dizeres:


"Amor você não vai acreditar. Deu Negativo."


Ao ler esta mensagem meu mundo caiu. Tive a mesma sensação do dia em que recebi a notícia da minha sorologia, pois os medos em relação ao nosso relacionamento voltaram.


Ao chegar em casa ele me relatou que era HIV Negativo, mas que havia dado positivo para Hepatite C. (uma coisa é fato, ninguém transmitiu nada a ninguém).


Desde então o nosso relacionamento se afundou numa crise sem tamanho.

Antes do resultado de seus exames, ele estava levando uma vida com a consciência de ser portador do HIV. Mudamos a alimentação drasticamente, havíamos parados de beber, eu larguei o cigarro e juntos, entramos na academia. Foram dias maravilhosos. Ele era carinhoso, presente, prestativo na parte sentimental e me procurava sexualmente (mesmo não havendo penetração).


Hoje, após os resultados ele voltou a ser como era antes. Não vai mais à academia, não se alimenta mais adequadamente, voltou a beber, a me ignorar dentro de casa e não me procurar sexualmente. Enquanto ele achava que era (+) estava 100% do lado, me dando força, me acolhendo, me amando (...) hoje, eu sou uma peça de vidro para ele: frio e transparente.


A cabeça dele está a mil e eu tenho esta consciência. Mas não dá mais para entendê-lo. Eu sempre o compreendi e busquei estar ao lado dele, mas agora não dá mais.




  • Ele me confidenciou que realmente não se aceita como gay. Ele sonha em construir uma família e ter filhos, mas que ao mesmo tempo não se vê nesta situação. Ele vive um conflito interno;


  • A família dele nem imagina que ele é gay e que vive um relacionamento de 3 anos;


  • Por ele viver este conflito interno, ele é extremamente apático em sexo, mas aí é que está o fio da questão: ele sente tesão por outros caras que vê na rua, na internet, tv (...) e comigo ele não sente nada. E isso não vem de hoje não, isso vem de muuuuitoooo tempo;

São tantas questões tão complicadas a se colocarem, mas que já não me vejo mais com saúde de querer contar, explicar e ou escrever!!!


Não estou feliz neste relacionamento e sei que ele também não está.

Bem verdade que ambos estamos um com o outro por conveniência.


CONVENIÊNCIA DELE: aguardar o resultado do exame que comprovará se ele é portador da Hepatite C. Caso ele seja, será comôdo ele continuar com esta vida de Hanna Montana, em dois mundos; foi como minha psicóloga disse, é gostoso viver no mundo de fantasias porque a realidade é muito difícil. E é verdade, ela tem absoluta razão. A conclusão que eu tiro disso é de: se der positivo, ele fica comigo, pois se ele tem medo de se firmar gay quem dirá um portador; se der negativo, é bem capaz de ele me ajeitar de 4 e me chutar!


CONVENIÊNCIA MINHA: medo, talvez! Antes viver ao lado dele sem amor, do que viver solteiro, sem ninguém, solitário. Não acredito em amor à distância, para mim, namorado tem que viver na mesma cidade! E ainda assim eu não acredito. E como namorarei aqui? Cidade do interior, muitos devem ser portadores, mas como descobrir? Viver uma relação sorodiscordante? Não sei se eu tenho estrutura para fazer tal revelação e sofrer uma rejeição, sem falar do risco que eu corro de cair na boca do povo.


É tudo muito complicado, não sei o que fazer.

E para somar a isso tudo, eu estou desempregado e isso está atrapalhando demais o nosso relacionamento. Ele é quem está segurando a barra de casa sozinho!!!


Minha psicóloga pediu para eu dar um tempo a ele, o mesmo disse um amigo que fiz no site RADAR; mas só eu sei que há 3 anos e meios que eu venho dando este tempo a ele.


Farei isso, tentarei dar este tempo. Mas este tempo pode ser menos do que eu imagino. A verdade é que eu já estou decidido e convicto de que o nosso relacionamento acabou e não há mais solução, pois para tal solução eu preciso nadar lado a lado, e não sozinho como venho fazendo durante este tempo todo. Eis uma decisão que não cabe somente à mim.